De 4 na sala 5
 
 
Há dez anos Escola de Teatro da UFBA oferece ao público encenações gratuitas segunda-feira
 
     
 
Beatriz Garcia
Da equipe de reportagem
 
     
 
 
Beatriz Garcia
 
 
 
     
 
     
 

“Tem alguém folgado aí? Cabe mais um?” E assim a organização vai acomodando as mais de 60 pessoas que se espremem na arena da Sala 5 da Escola de Teatro da UFBA em mais um dia do projeto Ato de Quatro.

Criado há mais de 10 anos pelos então alunos de Licenciatura em Artes Cênicas, Ney Wendell e Bertho Filho, o projeto traz toda segunda-feira, às 19 horas, 4 cenas (pequenas peças), de aproximadamente 15 minutos cada uma. Aberto ao público, o projeto se apresenta como uma boa alternativa para o reduzido público do teatro baiano, já que a entrada é gratuita.

Os atos são produzidos, dirigidos e encenados pelos próprios alunos da faculdade que têm no Ato de Quatro uma oportunidade de experimentação. “É importante para os alunos experimentarem suas cenas na frente do público para sentir a resposta, ter um feedback”, garante Catarina Lopes, membro da equipe de organização do projeto. Qualquer aluno da UFBA que queira apresentar um ato está livre para se inscrever: não há pré-seleção e a escolha acontece por ordem de inscrição, com prioridade para os alunos da Escola de Teatro.

O projeto não tem apoio financeiro da Universidade. Os gastos com a manutenção do Ato de Quatro (divulgação, limpeza da sala, xerox do programa distribuído ao público, entre outras eventuais despesas) são por conta da organização do projeto, que trabalha voluntariamente. No intuito de arrecadar fundos, foi lançada a campanha “Pelo menos me dê dez”, pela qual mesmo as mais ínfimas quantias que o público possa doar serão bem vindas. “Por dia conseguimos arrecadar, graças à colaboração do público, por volta de 10 ou 12 reais”, afirma Gabriele Matos, da equipe do projeto.

Para conseguir um lugar na arena da Sala 5 é preciso chegar cedo. Por volta das 18:30, começam a ser distribuídas senhas numeradas para que haja controle da lotação do espaço. Na opinião de Catarina Lopes “é um absurdo que uma Escola de Teatro não tenha um teatro”. Mas mesmo assim, com lotação reduzida, espaço precário e nenhuma ajuda financeira da Universidade, o Ato de Quatro completa em outubro próximo 11 anos de existência, representando um importante incentivo ao desenvolvimento das Artes Cênicas.

 

 
     
 
 

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