Vinculado à Escola de Medicina Veterinária, o Hospital de Medicina Veterinária da UFBA(Hospmev) oferece seus serviços à comunidade em geral. Além de prestar cerca de 20 atendimentos, diariamente, com preços inferiores aos de mercado, o hospital também é equipado para realizar cirurgias em casos mais graves. Foi o caso da cadela Tiara, levada por sua dona, a aposentada Maria Oliveira Rabello, 65 anos, moradora do bairro Vasco da Gama, àquele hospital. Depois de ter sido diagnosticada com um câncer de mama, o animal foi encaminhado ao setor cirúrgico. A cirurgia transcorreu sem problemas. A cadela Tiara já está casa e passa bem.
Freqüentadora há quinze anos do Hospmev, Maria Rabello conta que “o atendimento é bom, os médicos atendem direito”, embora reclame. “Antigamente não cobravam os serviços, não”. A aposentada ainda possui em sua casa 38 gatos e 23 cachorros. Quando questionada sobre o número de animais, ela responde: “Minha filha, se eles chegam lá sem ter o que comer, doentes, o que eu posso fazer? Às vezes não sobra dinheiro nem pra eu me alimentar direito.” Ela diz receber a ajuda do diretor do Hospmev, Jonival Costa, e de outros médicos que assinam atualmente uma rifa com o objetivo de ajudá-la.
O atendimento, oficialmente estabelecido no ano de 1976, quando o então Conselho Universitário da UFBA aprovou o Regimento Interno do hospital, é realizado por ordem de chegada, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. Após a distribuição de fichas, os donos de animais são orientados à aguardar na recepção. Há uma única restrição no local escrita numa placa fixada na parede: “Proibido colocar animais sobre o banco”. Na recepção, animais diversos com seus donos aguardam a hora de entrar. O Hospmev que não recebe apenas animais domésticos, conta com um quadro de aproximadamente 35 profissionais e cerca de 400 acadêmicos a cada semestre letivo.
Para a estudante de veterinária, Luísa Maia, 19 anos, o atendimento aos animais no hospital possibilita a associação entre teoria e prática. Embora ressalte que “às vezes, as condições de trabalho não permitem viabilizar na prática aquilo que se aprende na teoria”. A estudante também estagia na Cavalaria da Polícia Militar. Luísa Maia considera muito bom o atendimento oferecido pelo hospital e o compara ao que é feito em clínicas particulares da cidade.
José Senna, funcionário que trabalha há 11 anos no Hospmev, acredita que os serviços oferecidos favorecem, na maioria das vezes, pessoas carentes. O hospital, porém não recebe subsídios do Sistema Único de Saúde(SUS). Ainda assim, mantém o atendimento através das taxas cobradas, assim como de parcerias com laboratórios farmacêuticos que ajudam no abastecimento da farmácia local, e de repasses financeiros da própria universidade. Além disso, também recebe o apoio da Associação de Proteção aos Animais. Há pessoas, como no caso da aposentada Maria Rabello, que não conseguem sequer pagar as taxas mínimas de consulta. Neste caso, a política de parcerias com outras instituições prevalece.
Os serviços oferecidos podem ser pagos à vista ou parcelados no cartão de crédito em até três vezes sem juros. As consultas com alunos supervisionados por professores oferecem 50% de desconto. Vale ressaltar que o valor das taxas cobradas pelo hospital estão bem abaixo das praticadas em clínicas veterinárias e Pet Shops.
Segundo o diretor do hospital, Jonival Costa, a instituição vem trabalhando no sentido de estabelecer convênios com órgãos municipais e estaduais. O objetivo é propiciar à comunidade atendimento gratuito, além de promover orientações acerca do bem estar do animal. Ainda segundo o diretor, alguns programas nesse sentido já foram elaborados e aguardam para ser aprovados. Para saber mais sobre os serviços oferecidos basta informar-se através do “MEV-Informa”, jornal eletrônico vinculado à Escola de Medicina Veterinária. O Hospemev localiza-se na Avenida Ademar de Barros, Ondina.
|