Cid Guerreiro diz nunca ter abandonado a carreira. Diz que passou alguns anos “investindo em trabalhos no exterior” e realizou outro sonho: apresentar um programa de TV, o Tribo do Guerreiro. Hoje tem um contrato com a TV Difusora de São Luís do Maranhão, afiliada ao SBT, onde estréia em 21 de abril com o programa Tribo Radical. Além de estar preparando o repertório para um novo cd em espanhol, Cid pretende lançar em breve um cd ao vivo, já gravado.
Sumido da mídia baiana e afastado do Carnaval de Salvador há sete anos, Cid voltou a aparecer nos jornais no final de 2006 por liderar um movimento contra a atual diretoria do Esporte Clube Bahia. Fanático pelo time, o cantor e compositor, que morou 16 anos no Rio de Janeiro, quatro no Espírito Santo e quatro em São Paulo, diz nunca ter deixado de lado sua paixão pelo Bahia, chegando a ponto de transferir shows para ver o clube jogar. Com a chegada à terceira divisão, Cid Guerreiro foi convidado a fazer uma campanha contra a diretoria. “Eu, como fiel escudeiro e literalmente apaixonado pelo meu Bahia, não pensei duas vezes”. Juntamente com a Bamor e a Torcida Povão, criou o movimento “Quero meu Bahia” e organizou uma manifestação que mobilizou mais de 40 mil pessoas em dezembro passado.
Longa cabeleira loira, roupas extravagantes, guitarra barulhenta. Quem viveu nos 80 presenciou a revelação do jovem Cid Guerreiro, destaque de uma geração que inovou a música baiana mesclando os ritmos do frevo com levadas caribenhas e rock. No início, Cid não teve apoio da família, fazia faculdade de processamento de dados e trabalhava na empresa do pai. Apaixonado pela música, cantava por prazer, fazia rock, participava de festivais e adorava estar no palco.
Sua carreira começou por acaso. Um dia, no Farol da Barra, Sarajane perguntou se ele conhecia alguém que estivesse precisando de cantora. Cid apresentou Sara ao amigo Orlando Campos, dono do trio elétrico Tapajós e, no final da reunião, os dois saíram com convites para trabalhos. Perto de realizar o sonho de cantar para multidões em cima de um trio, Cid não teve dúvidas. Apareceu na faculdade para se despedir dos colegas e deu seu “grito de liberdade”.
Ele puxou trios, fez turnês nacionais e internacionais, gravou discos em espanhol e chegou a ganhar um prêmio na Argentina pelo primeiro deles, mas até hoje é lembrado não pelo que cantou, mas pelo que compôs. Na voz da apresentadora de TV Xuxa, os hits “Ilariê” e “Tindolelê” fizeram sucesso em todo o Brasil e na América Latina. Cid recorda com orgulho e emoção de uma final de futebol entre Boca Juniors e River Plate, no estádio La Bombonera, onde as torcidas rivais cantavam as duas músicas como hino. |