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Jardim quase secreto

Salvador precisa decobrir o seu Botânico

 

Adriana Selma
Da equipe de reportagem

 
Adriana Selma
 
 

Cinco anos. Esse é o tempo de existência do Jardim Botânico de Salvador (JBSSA), completados no dia 22 de março 2007. Localizado no bairro de São Marcos, o Jardim ocupa uma área de aproximadamente 18 hectares, sendo considerado um importante remanescente de Mata Atlântica.

De acordo com Maria Zélia Alencar de Oliveira, coordenadora do JBSSA, o jardim é considerado pela Rede Brasileira de Jardins Botânicos um exemplo entre os demais existentes no Brasil. No total, são vinte e nove jardins botânicos no território brasileiro, sendo que um é distrital, oito são federais, cinco são estaduais, treze municipais (inclusive o JBSSA) e dois pertencentes à iniciativa privada.

As pesquisas realizadas, os seminários de capacitação técnica, os cursos para a comunidade do entorno e eventos com temas sobre educação ambiental são apenas alguns trabalhos que estão ajudando a dar destaque ao jardim e a receber prêmios em nível nacional. Mas poderia ser muito melhor, se não fosse a burocracia do serviço público para se conseguir recursos.

No entanto, mesmo com todo o reconhecimento que o JBSSA vem ganhando desde sua fundação, ele ainda é pouco divulgado no próprio município. É comum encontrar pessoas que desconhecem a existência do jardim, apesar de ser o único na Bahia e um dos cinco de todo o nordeste brasileiro.  Paula Amorim, 22 anos, moradora do bairro do Saboeiro, não imaginava que a cidade tivesse um Jardim Botânico. “Existe algum aqui? Acho que deveria ser mais divulgado nas universidades, escolas em geral e até mesmo na mídia, especialmente na televisão pública”, afirma a estudante.

Giscelle Almeida, residente em Stella Maris, diz que ficou sabendo do Jardim, por acaso, há três anos, enquanto passava de carro pela localidade, mas nunca visitou. Um ponto levantado por ela é a questão da violência: “Eu não sei se há segurança lá dentro, uma vez que nos parques de Salvador vêm crescendo o número de assaltos, como o de Pituaçu”, declara.  Em relação à violência, funcionários do local dizem que as pessoas podem ficar tranqüilas, pois há muito tempo não há ocorrências de invasores que tentam causar algum tumulto no interior do jardim.

No que diz respeito à divulgação, senhora Maria Zélia diz que a cada ano cresce o número de visitantes e a tendência é aumentar. Se no primeiro ano a visitação restringia-se a moradores daquela região e pesquisadores brasileiros e estrangeiros, hoje é comum chegarem pessoas de bairros mais distantes, principalmente em grupos escolares. Há inclusive uma possibilidade de aproximação com agências de viagens, mas não existe ainda nenhum projeto preparado.  

Em meio à crescente destruição do verde, por motivos variados, desde invasões de pessoas que não têm onde morar até a implantação de empreendimentos pouco comprometidos com a natureza, o Jardim Botânico de Salvador tem o que comemorar no seu quinto aniversário. “Ele é garantia de que o pouco que sobrou de Mata Atlântica e Restinga será preservado”, diz Luciano Souza dos Santos, chefe do Setor de Programas de Pesquisas do jardim.  E a natureza agradece.

 

 
 
 
   
 
 
   
   
   
 
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Universidade Federal da Bahia. Jornal da Facom. 2007.