Inicial | Índice | Editorial | Edições Anteriores
Validade desta edição: até 13 de Maio de 2007
| Fale Conosco | Expediente
 
 

Cinema cego e mudo

Faz um ano que reitor anunciou criação de curso de cinema na UFBA, mas só ficou nisso

 

Rodrigo Lessa
Da equipe de reportagem

 
 

Ninguém sabe de nada. É esta a situação atual do prometido Curso de Cinema da Universidade Federal da Bahia, que há um ano anda na boca dos estudantes e professores. Durante o II Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual (2 a 9 de abril de 2006), foi divulgado um manifesto para a implantação de um curso de cinema na UFBA. O reitor Naomar Almeida Filho recebeu o abaixo-assinado e acatou publicamente a idéia, supostamente encaminhando a proposta para os diretores das unidades da área de Artes e Comunicação da universidade. “Defendo que o Curso de Cinema não esteja sediado em uma única escola ou faculdade”, afirmou o reitor, classificando o cinema como um “belo exemplo de multi-arte”. Até agora, nada foi feito.

O diretor da Escola de Belas Artes, Roaleno Costa, afirma que sua escola não foi consultada sobre o assunto. “Desconheço completamente a proposta”, afirma o diretor, que embora já tenha ouvido falar na vontade de se instalar o curso de cinema na UFBA, “nunca ouvi nenhuma citação à Escola de Belas Artes”. O coordenador do Colegiado da Faculdade de Comunicação (Facom), Mauricio Tavares, possível local de instalação do tal curso, também diz não saber de nada. “O Colegiado não recebeu informação nenhuma”, afirma.

A Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, responsável pelos estudantes e cursos de graduação da Universidade, não possui sequer projeto em tramitação. “Nada foi encaminhado para nós”, afirma o Pró-Reitor de Graduação, Maerbal Marinho. “Apenas o reitor pode dizer a respeito”. O reitor Naomar Almeida garante que continua com interesse pleno na implantação do curso. “Recentemente conversei com Juca Ferreira [secretário-executivo do Ministério da Cultura] sobre apoios possíveis do MinC e ele manifestou interesse em definirmos um nicho especial, como por exemplo o cinema de animação”.

Pelo próprio caráter interdisciplinar que o curso teria, o reitor espera concretizar este projeto “assim que se tenha definições sobre a estrutura curricular da Universidade Nova”, projeto que planeja uma mudança profunda nas Universidades Federais brasileiras, e que tem a UFBA como uma das primeiras a preparar sua implementação
.
Enquanto nada sai do papel – neste caso, nem no papel está ainda – as opiniões se dividem. “Deveriam se preocupar em melhorar a estrutura de cursos já existentes, antes de se gastar recursos para implantar um novo curso”, opina André Setaro, crítico de cinema e professor da Facom. Mas também pondera: “Este curso de cinema é o fator novidade, é mais por questões políticas do que realista”. Já Francisco Serafim, também professor da Facom, acha que é muito importante este novo curso, “visto que já temos na universidade cursos de teatro, música, dança... Falta a sétima arte ser representada”. Naomar afirma que já solicitou ao Gabinete da Reitoria o agendamento de uma reunião com os dirigentes das unidades e órgãos envolvidos, apenas na expectativa de acelerar o processo.

 

 
 
 
   
 
 
   
   
   
 
Leia também
   
 

Em cartaz, a dívida.

Entidade de direitos autorais ameaça penhorar bens do Multiplex Iguatemi, que pode ser fechado novamente.

 
Wagner ainda pisa em ovos
 

Celulares estão na mira

Telefones móveis viram objeto de desejo também para quem quer faturar uma graninha ilegalmente.

 

Ou paga, ou corre

Agiotas contratam cobradores de aluguel e pressionam devedores, que podem pagar até com a própria vida.

 
Angola logo ali

País da África torna-se atrativo mercado de trabalho e de investimento para baianos.

 

Próxima parada, o caos

Terminais centrais de ônibus agonizam em Salvador; prefeito quer privatizar, mas MP vê irregularidades.

 

Via crucis de cada dia

Usuários de ônibus pagam caro pela passagem mas sofrem com serviço sempre ruim.

 
Desafinada Ordem dos Músicos

Artistas contestam representatividade de sua enti­dade, há 22 anos sob a mesma direção.

 
Quando entrar setembro...

Com verbas em atraso, UFBA oferece primeiras turmas do projeto Universidade Aberta.

 
Estudar e morar na capital né mole não

Situação das residências estudantis depende da relação com o poder de prefeitos do interior.

 
Assim não dá

Pessoas com deficiência impedidas de acesso facili­tado aos serviços públicos.

 
Sexo em Casablanca

Moradores reclamam da pouca, ou nenhuma, vergonha no condomínio de classe média na orla.

 
Só para apreciar

Vizinhos pobres de novo mega-shopping da capital estão céticos quanto à possibilidade de melhorar de vida.

 
 
Shopping-problema

Aeroclube atravessa pior “crise de identidade”, com desentendimentos entre lojistas e prostituição

 

Muçulmanos na terra do carnaval

Comunidade islâmica vivendo na Bahia sofre preconceito e enfrenta práticas contrárias à fé.

 
 
 
 
Universidade Federal da Bahia. Jornal da Facom. 2007.