Marcada para começar às 13hs do dia 22 de setembro, a Chopada de Direito da Universidade Católica de Salvador (Ucsal) acabou sendo suspensa pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) devido à falta de saídas suficientes em caso de acidentes. Entretanto, uma liminar obtida pelos advogados da Praieiros Produções, responsável pelo evento, fez com que a festa acabasse se realizando, mesmo com cinco horas de atraso. Prevista para as 13h iniciou às 18hs.
Perigo em festas universitárias
Danielle Antão
Glauber Farias
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![]() Há dois meses, na noite do sai 11 de agosto, a morte dos estudantes Egberto Barbosa de Jesus, 17 anos, e Emerson Silva Santos, 19 anos, intensificou a discussão em torno da falta de infra-estrutura e segurança nas festas de grande porte realizadas pela iniciativa privada em Salvador. Os estudantes morreram ao caírem de um caminhão-guincho da empresa de ônibus Bahia Transportes Urbanos (BTU), no encerramento da 6º Chopada de Medicina da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), também produzida pela Praieiros Produções. Com um público de cerca de 12 mil pessoas por evento, incluindo menores de idade a partir de 16 anos, a Chopada de Medicina da FTC foi apenas um exemplo recente do grande crescimento desse mercado voltado para um público jovem, geralmente formado por universitários em busca de diversão e despreocupados com a segurança. Nos últimos nove meses, Salvador teve uma média de 55 festas, com o valor do ingresso variando entre R$ 20 e R$ 50. Sendo assim, caso todos esses e eventos tenham obtido o público de 10 mil pessoas o faturamento total seria de aproximadamente R$ 550 mil, sem levar em conta o valor do consumo das bebidas e comidas comercializadas no interior desses espaços privados. Esse tipo de evento vem se tornando cada vez mais freqüente e atrai um crescente público. No entanto, a cidade continua sem espaços que possam oferecer uma infra-estrutura mínima capaz de suportar tal demanda. Um dos principais problemas é o fato de que esses mega-eventos podem ser realizados em qualquer lugar e a qualquer hora, sem atentar às regras de segurança e produzindo grande poluição sonora, com riscos para os participantes e desconforto para os moradores das áreas próximas. Conseqüentemente, essas festas vêm migrando para áreas de estacionamentos, áreas públicas ou espaços sem quaisquer condições de receber entre 10 a 15mil pessoal, a exemplo do antigo parque aquático Wet´n Wild (Av. Paralela), estacionamentos do campi da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Ucsal, Bahia Marina e Circo Bolshoi ( armado na área do Parque Atlântico, nas imediações do Aeroclube). Carlos Augusto Peixoto, o “Guru”, sócio fundador da produtora 2GB, confirma que o mercado de produção de festas vem crescendo principalmente no que diz respeito ao volume de público. Contudo, ele garante que é uma lenda essa história de que os produtores ganham muito dinheiro: “Um mito que costuma rondar os produtores é o de que essa é uma área em que se ganha muito dinheiro, o que é completamente equivocado. Pelo contrário, esse é um mercado difícil, competitivo, traiçoeiro e no qual também se perde muito dinheiro”, afirma. Peixoto se diz insatisfeito com a falta de infra-estrutura em Salvador, já que segundo ele, os gastos sempre recaem sobre as empresas produtoras da cidade de Salvador. Segundo ele, além de não ajudar, o poder público atrapalha e coíbe investimentos: “A Sucom é um órgão que deveria ser extinto”, propõe. Entretanto, se não fossem os órgãos públicos, com a Superintendência de Engenharia de Tráfego (SET), sempre solicitada para administrar o trânsito no local da festa, bem como a Polícia Militar, os problemas relacionados à falta de profissionalismo e à própria organização dos eventos seriam muito maiores. “O amadorismo e a falta de seriedade comprometem o nosso trabalho e prejudicam a promoção de um divertimento seguro”, afirma Renato Ferreira, assessor de comunicação da SET. Segundo o Comandante de Policiamento da Capital, Cel. PM Carlos Eleutério, a Polícia Militar tem por obrigação cuidar do espaço público, embora a instituição ainda atenda o público no espaço interno dessas festas de caráter privado. O coronel acredita que a sociedade brasileira, principalmente a baiana, não está acostumada com uma polícia que permaneça exclusivamente voltada para a causa pública. “Sabemos que as pessoas ainda estão começando a se organizar para fazer festas particulares e acabam por não assumi-las integralmente, em todo o seu desenrolar. Como a Polícia Militar é a força pública ostensiva, tende-se a pensar que somos poderosos pra fazer tudo, mas não somos”, analisa. Ainda assim, há aqueles que acham que a segurança pública tem o dever de intervir na segurança de festas privadas, como Gabriel Marinho, 20 anos, estudante de engenharia de produção mecânica da UNIBAHIA que diz haver “casos [de tumultos] mais graves e fica complicado para somente os seguranças resolverem. Há algumas brigas que somente os seguranças não conseguem conter. Tem que haver uma força maior. A galera respeita bem mais a Polícia do que os seguranças”. Apesar da falta de segurança e infra-estrutura, as festas privadas continuam ocorrendo freqüentemente com registros de episódios de violência, tumulto, desorganização e risco ao público cada vez mais graves. Como é o caso das duas mortes na 6º Chopada de Medicina da FTC, até hoje sem resolução. Leia também: __________________________________________________________________________________ |
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