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EXPEDIENTE
Editoração eletrônica
Fernando Duarte
Assistence de edição/Monitores
Bruno Santana
Fernando Duarte
Cadu Oliveira
Sylvio Quadros
Assistente de fotografia:
Mariele Góes
Fernando Duarte
Assistente de fotografia:
Mariele Góes
Fernando Duarte
Versão Digital:
Anderson Martiniano
Dimas Novais
Lucas Dantas
Luciana Alves
Wilson Fernando
Editor Responsável:
Malu Fontes, professora
DRT-BA 1.480
Produção da disciplina Oficina de Jornalismo Impresso,
semestre 2008.1:
Daniel Mendes, Dimas Novais,
Edna Matos, Filipe Lúcio Costa,
Hugo Leonardo Souza, Ida Sobral,
Karine Libhaber, Laila Crisna,
Lara Tomazini, Lorena Caliman,
Lucas Dantas, Luciana Alves,
Maria Dulce Cruz, Mariana Menezes, Mariana Cavalcanti, Mariele Góes,
Milena Carvalho, Míria Lima,
Nicole Bianchi, Paula Cristina Boaventura, Paula Janay, Priscila Dau, Renta Inah, Rodrigo Aguiar, Samuel Barros, Sarah Corral, Savana Caldas, Vanessa Ramos e Wilson Fernando
Diretor da Facom(2005-2009):
Professor Giovandro Ferreira
Reitor da UFBA (2006-2010):
Professor Naomar Almeida Filho
Tiragem: 5.000 exemplares E-mail:
jornalfacom@yahoo.com.br
Endereço: Rua Barão de
Geremoabo, s/n, Campus de
Ondina
CEP: 40170-115
Salvador/Bahia |
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FACONISTAS
Pela liberdade de fumar
André Setaro
Se é verdade que fumar faz mal à saúde, que o cigarro tem substâncias capazes de provocar o câncer e aumentar o perigo do enfarte do miocárdio, por outro, a psicose anti-tabagista que se alastra pelo mundo vem a restringir o livre-arbítrio do homem e assumir, deliberadamente, um caráter fascista. Tudo bem que se faça campanhas contra o fumo, mas que também se considere aquele que quer fumar, porque o mais importante é o respeito à liberdade de cada um. Quem fuma se sente atualmente um marginal. Condenado a verdadeiros guetos em lugares públicos, o fumante se encontra sempre olhado de soslaio pelos saudáveis inimigos do tabaco. O tabagista vem estimulado pela imensa propaganda a favor do cigarro, que, há poucas décadas, dava “status”, e se constituía numa postura “chic”. Algumas mulheres chegavam a usar cigarreiras folheadas a ouro como sintoma de elegância e de charme. Estimulados pela propaganda maciça de toda espécie, as pessoas se tornaram fumantes e se viciaram e, uma vez viciadas, têm dificuldade em largar o cigarro. Mas, com o advento da política do corpo saudável e a emergência do politicamente correto, o pobre fumante sente a pele a marginalização constante. Ótimo que não se fume, ou que o viciado largue o prazeroso vício (e quem pode dizer que fumar depois de um cafezinho não é um prazer indescritível?), ou que se separe as áreas para aqueles mais aguerridos ao tabaco. Mas o que ocorre atualmente é a proibição total do fumo em lugares públicos, reservados apenas “fumódromos”, que são, na verdade, verdadeiros guetos discriminatórios. Fumar (e quem diz isto é um fumante de 40 anos de experiência tabagista que deixou o cigarro pelas circunstâncias da vida) não se limita a aspirar fumaça e expeli-la em baforadas. Fumar faz parte de todo um processo prazeroso que acompanha as atividades de um fumante. Este fuma quando trabalha, escreve, lê um livro, bebe, conversa, ou, simplesmente, sozinho com seus pensamentos, contempla uma paisagem. É um coadjuvante, um amigo, que o acompanha em determinados momentos de intensidade, sejam estes de alegria, tristeza, ansiedade ou euforia. Nos filmes da idade de ouro de Hollywood, praticamente todos os atores fumavam em cena. Em determinada película que vi recentemente, realizada nos anos 50, observei que o ator principal fumava em absolutamente todas as tomadas em que aparecia. Claro, um exagero, mas também sintomático de como o cigarro estava incorporado à vida das pessoas. E o cinema imitava a vida. É melhor que não se fume, mas patrulhar aquele que gosta de seu cigarrinho é restringir-lhe a liberdade de ação. Mas os “fumódromos” existentes em shoppings, aeroportos, entre outros lugares, condenam os fumantes a um espaço asfixiante no qual passam a dar baforadas “descontextualizadas” ao seu processo existencial. A psicose anti-tabagista, reinante na sociedade contemporânea, a desrespeitar o livre-arbítrio do homem, assume ares de fascismo. O fumante precisa reagir diante de tanta agressão à sua liberdade.
André Setaro é Mestre em Belas Artes e
professor da Facom/UFBA
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