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EXPEDIENTE
Editoração eletrônica
Fernando Duarte
Assistence de edição/Monitores
Bruno Santana
Fernando Duarte
Cadu Oliveira
Sylvio Quadros
Assistente de fotografia:
Mariele Góes
Fernando Duarte
Assistente de fotografia:
Mariele Góes
Fernando Duarte
Versão Digital:
Anderson Martiniano
Dimas Novais
Lucas Dantas
Luciana Alves
Wilson Fernando
Editor Responsável:
Malu Fontes, professora
DRT-BA 1.480
Produção da disciplina Oficina de Jornalismo Impresso,
semestre 2008.1:
Daniel Mendes, Dimas Novais,
Edna Matos, Filipe Lúcio Costa,
Hugo Leonardo Souza, Ida Sobral,
Karine Libhaber, Laila Crisna,
Lara Tomazini, Lorena Caliman,
Lucas Dantas, Luciana Alves,
Maria Dulce Cruz, Mariana Menezes, Mariana Cavalcanti, Mariele Góes,
Milena Carvalho, Míria Lima,
Nicole Bianchi, Paula Cristina Boaventura, Paula Janay, Priscila Dau, Renta Inah, Rodrigo Aguiar, Samuel Barros, Sarah Corral, Savana Caldas, Vanessa Ramos e Wilson Fernando
Diretor da Facom(2005-2009):
Professor Giovandro Ferreira
Reitor da UFBA (2006-2010):
Professor Naomar Almeida Filho
Tiragem: 5.000 exemplares E-mail:
jornalfacom@yahoo.com.br
Endereço: Rua Barão de
Geremoabo, s/n, Campus de
Ondina
CEP: 40170-115
Salvador/Bahia |
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FACONISTAS
A banalização do banal
Maurício Tavares
Encontrei numa semana de moda do Shopping Barra Shopping, há anos atrás, uma ex-luna na escada que dava acesso às salas de desfile. Como precisava falar com alguém a uma produção do evento pedi, gentilmente, à referida moça que desse um recado a uma amiga. Pra minha surpresa, a ex-aluna me olhou como se eu fosse um ET (eu sou feio, mas tô na moda) e nem tchuns. A garota era, digamos assim.., deixa pra lá. Tempos depois, a tal da ex-aluna se tornou jornalista de moda de A Tarde, o principal jornal do estado.O que vou relatar a seguir serve como exemplo de como anda mal o jornalismo por aqui. O jornalismo de moda, então, nem se fala. Lendo uma matéria sobre o desfile da Forum, na última São Paulo Fashion Week, pude constatar o grau de conhecimento da nova jornalista. Primeiro, seu deslumbramento com a casa de Tufi Duek, local do desfile da marca. Segundo a moça, a casa respirava bom gosto os móveis, tapetes e retratos das filhas. Opa! Porta-retrato de filha é parâmetro de bom-gosto. Em vez de relacionar, como fez uma repórter da Folha de S. Paulo, as telas de famosos artistas plásticos brasileiros (Beatriz Milhases, Leonilson, Paulo Von Poser etc), que provavelmente a ex-aluna não conhecia, ela deu destaque aos porta-retratos. Faz sentido! É uma matéria sobre moda, vamos manter o nível. No texto da jornalista da Folha ainda fomos brindados com uma fina ironia sobre o conhecimento artístico do dono da casa: “A casa de Tufi é como a casa de Nizan Guanaes, tudo é escolhido para parecer que ele entende muito de arte”. Faz sentido! Pra quem não se contenta com superficialidades e banalidades. Existe gente assim. Acreditem! O mais bizarro é que no início da matéria ela situa a casa do estilista na Zona Sul de São Paulo. Para algumas pessoas, em qualquer cidade toda zona rica fica no sul como no Rio de Janeiro. A título de curiosidade, os Jardins, local da casa, fica na Zona Oeste. Mas são bobagens. Provincianismos. Em matéria mais recente, sobre uma “festa” de lançamento das sandálias Crocs em Salvador, ela comete vários deslizes no texto (coisa bem comum ultimamente no jornal A Tarde) que chegam a ser engraçados. Ao comentar a idéia inicial para a criação das sandálias ela diz: “No início, o objetivo da Crocs, era fabricar um sapato para ser usado em barcos, devido ao solado antiderrapante, que não marcava o deck”. Peraí! Solado antiderrapante não é feito para não derrapar? Como assim marcar o deck? Será que isso é terminologia de moda e eu estou out? Mais à frente, ela abre um parágrafo dizendo: “As sandálias contam com 250 modelos...”. Além de todas as qualidades mencionadas ainda é uma sandália inteligente? Que mania horrorosa é essa que algumas pessoas têm de substituir o verbo TER ou POSSUIR por contar? Conta outra! Será que é uma questão de estilo? Valei-me santa Constanza Pascolato! O jornalismo de moda em Salvador está carente de um milagre.
Maurício Tavares é
Doutor em Comunicação e
professor da Facom/UFBA
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